POESIA COM DELAÇÃO
VALDIR RANGEL
Que poeta sou eu?
Que só falo de amor!
Parece que o mundo,
Tá certinho, como Jesus ensinou!
Que só falo de amor!
Parece que o mundo,
Tá certinho, como Jesus ensinou!
Que poeta sou eu?
Que só escrevo alegrias!
O morro, morrendo de fome
Que só escrevo alegrias!
O morro, morrendo de fome
De balas achadas e perdidas!
Que poeta sou eu?
Que poesia é essa minha?
Lançando meus livros,
Na maior euforia!
E o povo sofrendo
De noite e de dia!
Que poesia é essa minha?
Lançando meus livros,
Na maior euforia!
E o povo sofrendo
De noite e de dia!
Eu sou o poeta maldito!
Feito nas coxas da burguesia,
Sou o poeta do outro lado,
Que nunca passou fome,
Feito nas coxas da burguesia,
Sou o poeta do outro lado,
Que nunca passou fome,
Nem morou nas
periferias!
Estou precisando mudar de partido!
De lado, e de poesia!
Revelar a verdade
Dos que sofrem ou sofriam!
Tirar Jesus da cruz,
Revelar a verdade
Dos que sofrem ou sofriam!
Tirar Jesus da cruz,
Fica para as religiões e Maria!
Eu preciso fazer nascer, uma nova poesia!
Do suor, e das lágrimas,
Do suor, e das lágrimas,
Que eu fingia que não via!
Somente transportar as vítimas,
Somente transportar as vítimas,
Para os hospitais, não alivia!
Eu tenho que fazer
Uma poesia impactante!
De denúncias e cobranças a todo instante!
Para não chegar à academia
Como um imortal inoperante!
De denúncias e cobranças a todo instante!
Para não chegar à academia
Como um imortal inoperante!
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