MAR DOS POETAS
Valdir Rangel
Que o mar seja a nossa fonte
lavando e levando as coisas tristes da alma
seja o mar água benta, no seu vem e vai,
abrandando e guiando o pensamento para a paz
E no estrondo da onda trovão,
que no quebra-mar se arrebenta,
acabe a dor e a solidão
que à todo poeta atormenta
Seja o mar, o curandeiro
o libertador das angústias
dos poetas amantes,
presos em seus versos viveiros,
na canoa artesanal de um canoeiro navegante
Que o mar seja o amor e o amar,
e o amar, o ato mais humano,
nas ondas do navegar
e o sol solitário e intenso,
transforme a insuportável maresia
na onda mais azul da sabia poesia
A sereia seja a eterna musa,
inspiradora do poeta da praia,
que na areia faz seu castelo de poemas
pensando na mulher amada.
Que se quebrem as correntes marinhas
das poesias mal interpretadas,
que aflitas ao sabor dos ventos
elas vivem censuradas
que elas recebam a liberdade voante
das palhas verdes dos coqueiros balançadas
O mar, ah! o mar sinônimo de mistério e valentia
no seu ir e voltar,
te peço, ampare todos os poetas marujos,
no seu velejar e banhe a todos eles
nas águas incansáveis
de teu infindo balançar
Rima,
com eles mar
batiza-os
à todos com tuas águas de maracá
banhando
de benção ao ato de rimar
inundando
cada poeta no compromisso eterno
de
sempre rimar amor e amar
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