DONA EMÍLIA



 Valdir Rangel





Hoje eu voltei a ser criança, me vi na minha escola municipal Feliciano Dourado, num daqueles dias de aula, do primário, vestido na minha farda, nas cores azul e branco, um tênis tipo conga, uma bolsa com cadernos, lápis comum, um livro geral que continha gramática, história, matemática geografia, etc., uma lancheira, com compartimento para uma mini garrafa de suco, tudo que um estudante tem direito.

Eu me sentia o máximo, nos intervalos participava das brincadeiras diversas, com os meus colegas, naquele pátio empoeirado, cheio de depressões no seu solo.
Mesmo assim a garotada corria, jogava bola, pulava corda, era uma verdadeira festa, brincar todos os dias no horário do recreio.

Agora vem a causa maior, dessa minha lembrança, dessa divagação, que aqui eu faço. Dona Emília, a minha professora, a minha santa (Dulce), sempre com um sorriso nos lábios, ela me tratava como se filho dela eu fosse, o engraçado ela era solteira, não tinha filhos, já estava com a idade um tanto avançada, estava inclusive, prestes a se aposentar.

Dona Emília, era um amor de pessoa, porém muito exigente nas lições de matemática e Gramática, me fez por muitas vezes repetir algumas lições de gramática, quando o assunto era separação das silabas, e também na lição da tabuada, me fez fazer várias repetições. Por isso eu sei até hoje que 9 x 9 é igual a oitenta e hum.

Quantas vezes, ela me entregava a minha querida mãe, indo lá na minha casa, e comunicando o meu falho comportamento, quando eu estava conversando muito na hora da aula.

Dona Emília, que Deus lhe tenha ai no céu, agradeço até hoje a sua ajuda, na minha formação para aexercer a minha cidadania. A senhora naquele seu sorriso angelical, me ensinava o básico para se viver bem.

Quando fiz a minha primeira comunhão, aos sete anos de idade, dona Emília me presenteou com uma medalhinha banhada em ouro, com a imagem cunhada, de nossa senhora da Conceição.

Pois é dona Emília, eu peço a nossa senhora da Conceição que interceda junto a Deus, pela sua alma, que a senhora tenha um merecido repouso no céu.

Eu me lembro bem, que lhe presenteei, no dia do professor, minha mãe comprou um lindo copo de louça, com alguns dizeres sobre o mestre, e eu lhe dei aquele humilde presente, como se fosse o mais caro do mundo.

Sabe dona Emília, aquele presente realmente foi o mais caro do mundo mesmo, eu estava lhe dando com muito amor e respeito, e acima de tudo muita consideração, pois a senhora era merecedora daquela lembrancinha tão simples, que vinha do fundo do meu coração.

E pra não me esquecer, eu estou também lhe desejando um feliz dia da mestra, e lhe digo mais, que os seus ensinamentos, foram lições permanentes na minha vida de adulto.

Receba hoje o meu presente, em forma de oração e de reconhecimento, desejo que Deus esteja ai ao seu lado, lhe abençoando.

Feliz dia do professor, minha eterna professora EMÍLIA, e daquelas palavras soltas do ditado de palavras, que tanto a senhora fazia em classe, eu retiro algumas delas, para lhe dizer o que eu sinto pela senhora: AFETO, AMOR, GRATIDÃO!

Comentários

Postagens mais visitadas