DECEPÇÃO DE FOLIÃO
VALDIR RANGEL
Depois do carnaval, é quarta feira de cinzas, a avenida que
eu passei, continua ali na minha frente, com o asfalto careca, e sem a faixa de
pedestre acessa, e eu desfilei ali, me senti como um rei, mas não passei de um momo.
Eu fui o palhaço da minha própria desilusão, vesti
fantasias, cantei uma canção de um enredo vitorioso, melhor, que eu tivesse
ficado na leitura de branca de neve, ou dos três porquinhos, mas, eu quis ir
mais além, subi no carro alegórico, ironizei da minha própria situação, manguei
da minha própria vida.
Que triste carnaval! Depois dessa quarta feira de cinzas,
tudo agora é realidade, até o sonho da padaria acabou-se.
Para que eu fui
brincar de folião?
Maldito seja esse sambista carnavalesco, que desfilou na
avenida, uma felicidade que nunca existiu em mim.
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