O PREÇO DA HONESTIDADE
Valdir e
Manoel (Manuca)
20.10.85
Do trabalho vive o pobre
na cidade ou no sertão
ganhando com sacrifício
cada trocado do patrão
que não dá para comprar
a sua alimentação
Em casa não tem comida
falta remédio e conforto
quanto mais ele trabalha
mais enriquece os outros
pobre não vive vegeta
sem ter onde cair morto
Não pega no alheio
faz promessa e dá esmolas
quanto mais economiza
mais o seu dinheiro vai embora
fica velho nada arruma
só o seu patrão melhora
o seu patrão tem carro novo
casa grande e fartura
o coitado não tem certo
nem o lugar da sepultura
quando morre é jogado
no lixo da prefeitura
Joga na loteria
jogo de bicho e azar
seu sonho é um dia
na loto poder ganhar
mas tudo só dá ao contrário
assim vive a lamentar
Do trabalho ele vive
pai de família correto
sem saber que prá morrer pobre
é bastante ser honesto
o seu futuro é uma bacia
na calçada do comércio
Obs. poesia de cordel escrita no ano 1985, de autoria de Valdir E Manoel (Manuca)
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Comentários