PARAÍSO VERDE

 


 Valdir Rangel

          16-01-2007


Crônica poética/Homenagem ao Rio Amazonas

 

 

     O remo cortava macio as águas, como numa tentativa de querer separá-las, o barco ia veloz pelo universo, dentro daquele mundarel d’água sem fim.  Alguns peixes davam cambalhotas, como querendo fugir do seu mundo aquático.

                 Tudo estava revestido de silêncio e poesia, o paraíso da natureza era ali, e eu estava ali, contido naquele pequeno barco, me sentindo um grande navegador, talvez do porte do “grande Infante D. Henrique”. O meu pensamento assoletrava palavras poéticas, tudo rimava, o barco, as ondas, os peixes, o sol e o vento. Mas eu não fazia poesia, era impossível descrever tanta beleza natural, talvez eu pudesse cometer algum erro, dando valores diferentes a coisas tão complexas e simples ao mesmo tempo. Como uma pena ao vento eu flutuava no rio, o rio era um imenso mar, aonde eu navegava o meu pensamento para distante das tristezas e decepções desta vida urbana.

                  Finalmente o meu sonho tornou-se real, Amazonas, eu estou aqui, vou conhecer os teus segredos, tua beleza e os teus mistérios, não tenho a intenção de poluir-te nem de explorar-te no sentido real da palavra, venho apenas para te amar, observar com os meus olhos esta maravilha do mundo.

                   Vou te roubar à beleza tão silvestre em um flash, vou te levar para mim em forma fotográfica, divulgarei a grandeza da tua beleza aos olhares curiosos. Amazonas venho buscar em ti a paz, eu sei que ela mora em tuas águas correntes e nessa floresta densa, ela esta aqui, nesta obra divina verde e líquida.

                   Lá adiante, os pássaros fogem em reboada, jacarés tomam banho de sol, eles são livres, são libertos da civilização dos homens brancos, respiram o ar puro da floresta, e por isso são felizes. Amazonas eu estou aqui, olha para mim, vim aprender a tua vida, vim descobrir segredos, escutar tuas lendas no seio da selva verde, vim pedir paz para o Brasil, e ver os filhos nativos desta pátria, por sinal tão esquecidos.

                 Esta viagem é infinita, o rio é interminável, parece um sonho, ou um filme, lá estou eu, deslizando naquele barco, me sentindo como um Robson Crusoé, ou um Tarzan, lá adiante um pequeno porto me espera, infelizmente vou ter que atracar, adeus Amazonas segue a tua viagem para o oceano, eu terei que voltar a selva da civilização, talvez algum dia eu retorne, só me resta te agradecer pela acolhida que me deste, pelo colorido natural, que me emprestaste, pelo visual lindo, que oferecesse aos meus olhos. Adeus Amazonas, até breve volta!

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