ALIMENTO DE VERMES!



VALDIR RANGEL

Os germes da poesia de Augusto
Escorrem aqui sorridentes
No meu bucho,
Num desfile de cavalos e espadas
Como se o meu  corpo,  fosse a sua estrada
Impotente, revoltado,  descubro finalmente ,
que sou candidato a vestir a mortalha!


O que eu sou? o que somos?
Criaturas que se alimentam de sonhos!
Condenados eternos a ingratidão e abandono!
Os vermes passeando, se alimentando,
Do cardápio, do meu estômago
Me visitam a meia noite, retirando o meu sono!



Tudo se faz em mim, como a profecia!
Do pó  vieste, ao pó voltarás!
Os vermes da poesia de Augusto,
Galopando na minha barriga,
Comendo o que ainda lhe satisfaz!
Eu, impotente,  revoltado, 
Me deito para o lado, e  ofereço
o outro lado, que ainda tenho em mim!


Comentários

Postagens mais visitadas