RESPEITÁVEL PÚBLICO...
VALDIR RANGEL
O circo chegou, tomou conta de mim, virei criança novamente,
na entrada bilheteiros vestindo roupas com galões dourados, me faz lembrar um
pequeno reino encantado.
O poleiro, é o meu camarote, Não é sonho nem delírio não, eu
estou aqui mesmo, de corpo e alma, nesse lugar encantado, de palhaços,
trapezistas, dançarinas e acrobatas.
Circulando no meio da
platéia o vendedor de pipoca, espalha um cheiro aromatizado pelo ar, mulheres
lindas dançando e auxiliando ao mágico, homens contorcionistas, atiradores de
facas, engolidores de fogo, motos sem asas, que voam como águias
selvagens no globo da morte!
É um mundo diferente, um mundo de fantasias e de faz de
conta é o mundo do era uma vez, do êxtase total.
Eu estou aqui, embaixo dessa lona de embalar sonhos e
fantasias, me sentindo um pouco de tudo, num dado momento sou o palhaço no
picadeiro, em outro sou o mágico manuseando as cartas com destreza, agora eu
sou o trapezista voando na velocidade do meu pensamento.
Mas, na verdade, eu sou é um sonhador, um admirador desse
mundo encantado, que me parece ser novo cada vez, que eu venho visitá-lo!
Estou aqui agora! e
nesse instante estou voltando a minha infância, me lambuzando de algodão
doce, me deliciando na saborosa pipoca e sentindo mil emoções, eu estou
sonhando acordado!
Sou um menino de
olhar intenso e curioso, tudo para mim é uma novidade, é como se eu nunca
tivesse ido ao circo.
Ah! Como eu admiro muito esse mundo do circo, que só
proporciona a paz e o sorriso, viva o circo, que ele seja um perpétuo mundo de
lona, trazendo a alegria e o contentamento a todos.
Para suprir as nossas
decepções e ansiedades, embora que por algum tempo apenas.
Um locutor de voz cadenciada tipo aqueles de FM, está
anunciando que o show vai terminar, agradece a presença de todos, dizendo:
respeitável público..., e no palco, os artistas circenses retornam para
agradecer a plateia. Prosseguindo ele faz o convite, para que voltem em outra
oportunidade, afinal!
A vida é um espetáculo, é um círculo em evolução e não pode
parar, viva o CIRCO!
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