O COMILÃO ( CORDEL)


Quando eu comia muito
Vivia sempre adoentado
A barriga era muito grande
O bucho era quebrado
Não tinha coragem pra nada
Só gostava de viver deitado


A minha gula era grande
O meu olho bem maior
Gostava de pão e manteiga
Caldo de cana e mocotó
Adorava comer gordura
De rabada era melhor


Não enchia a minha pança
Comia feito um bicho solto
Todo alimento que eu ingeria
Para mim era bem pouco
Se tivesse aquela graxa
Comia ainda, com mais gosto


No café da manhã
Eu comia sempre assim
Cuscuz e macaxeira
Costela de boi e javali
Ovos mexidos e cuscuz
Batata, inhame e cupim


O meu peso estava dobrado
A minha barriga só crescia
A doença silenciosa
a minha vida invadia
E feito um grande tolo
Não ligava ou percebia


Quando eu estava na cozinha
Era aquela diversão
Parecia Ana Braga
No programa da televisão
Preparando as vitaminas
De abacate e mamão


Realmente eu comia
De modo bem cavalar
Não era porque eu queria
Eu não sabia me dominar
E sempre ficava com raiva
Se alguém vinha observar


Não aceitava os conselhos
Comia de noite e de dia
Picanha, arroz, buchada
Feijoada quente ou fria
Era assim que eu almoçava
Lá no bar de dona Guia


Vivia somente para comer
Parecia uma grande loucura
Não gostava de caminhar
Nem tão pouco de verdura
Não percebia que tava cavando
O buraco da sepultura


Minha gente, a comida,
Exerce grande atração
Deixa o comensal bem alegre
Na hora da refeição
Que assim se excede
Porque lhe falta educação


Desde o tempo de menino
Eu era um bom comedor
Na hora do almoço
Parecia um compressor
Devorava o que eu via
Até carne de robô


Não parava de comer
A minha pança não enchia
Comia com os olhos
A minha barriga crescia
A feira de uma semana
Eu devorava em um dia


De fato minha gente
Eu era bom de garfo
Comia na tigela
Na bandeja e no prato
Só me levantava da mesa
Quando se esvaziava o tacho


Se tivesse um aniversário
Eu ficava muito animado
Sempre dava um jeitinho
Para ser logo convidado
E me deliciava com gulodice
Na bandeja dos salgados


Se fosse num almoço
Ai que eu tava feito
Dobrava o meu apetite
Comia fava e rejeito
Só deixava uma vaguinha
Pro coração bater no peito


Um dia meu amigo
Começou o desmantelo
As pernas sem ter forças
Indo muito ao banheiro
As gorduras acumuladas
Me obstruindo por inteiro


Procurei então um médico
Que me deu a receita
Faça reeducação alimentar
Que o seu corpo se ajeita
Diminua a sua barriga
Procure deixá-la seca


No começo foi difícil
Não dormia bem direito
Só pensava no presunto
E na carne de rejeito
Queria fazer o tratamento
Comendo do mesmo jeito


Foi ai que a nutricionista
Me deu uma explicação
Só depende do senhor
Sair desta situação
Altere o seu cardápio
Coma verdura e mamão


A saúde depende também
Da sua boa educação
Esqueça a gulodice
Preste bem atenção
Se alimente para viver
Controle a sua alimentação


Aqui fica o conselho
De quem viveu esse drama
Só deguste o necessário
Se controle no final de semana
Modere na ingestão dos alimentos
Nas gorduras e na brama





UM ALERTA PARA OS GULOSOS
AFINAL! QUEM SE EXCEDE NA  ALIMENTAÇÃO
FATALMENTE TERÁ PROBLEMAS COM A SUA SAÚDE.

Valdir Rangel

poesianoprato.blogspot.com



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